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Em 1931, apareciam anúncios de recompensas, não só do governo do estado da Bahia, como também em uma jogada de marketing da Perfumaria Lopes, uma conceituada casa comercial, inaugurada no início da década de 1920, com sede na Praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro, Capital Federal. Neles, eram oferecidos 50 contos de réis pela captura de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, também conhecido como “O Rei do Cangaço”.
Arrumadas caprichosamente, nos degraus da escadaria do Palácio Dom Pedro II, atual sede da prefeitura de Piranhas (AL), as cabeças do chefe cangaceiro Lampião (no primeiro degrau), de sua companheira, Maria Bonita (no meio do segundo degrau), e de outros nove integrantes do bando foram sensação em todo o mundo, no ano de 1938.
Surpreendido por soldados na madrugada de 28 de julho, no acampamento que montara na Fazenda Angicos, no município de Poço Redondo (SE), Lampião, não teve tempo de reagir.
Os 45 soldados armados de fuzis, duas metralhadoras e comandados pelo tenente João Bezerra conseguiram chegar a poucos metros dos cangaceiros sem serem ouvidos.
Embora a maior parte do bando tenha conseguido fugir, o rei e a rainha do cangaço foram mortos. Após a matança, vieram as decapitações. Segundo relatos, alguns ainda estavam vivos, como aconteceu com Maria Bonita.
Salgaram as cabeças e as colocaram em latas de Querosene Jacaré contendo aguardente e cal, para evitar a deterioração. Percorrendo os estados nordestinos, o coronel João Bezerra exibia as cabeças por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas.
*Perceba a marca Jacaré gravada na caixa de madeira no canto inferior direito da foto.